sábado, 15 de maio de 2021

DEPRESSÃO E A ESCURIDÃO DA MEIA NOITE


Em pleno 2021 ainda há muito preconceito sobre esta doença, o que não tem razão de ser, já que em meio a pandemia  os casos de depressão só aumentaram. Hoje segundo dados do IBGE, a depressão aumentou mais de 34% e atinge 16,3 milhões de brasileiros, e ainda assim há muitas dúvidas e julgamentos.

Ninguém julga alguém que tem câncer ou gripe, mas os transtornos psicológicos ainda são vistos por uma minoria como frescura, falta de Deus etc.

Vou relatar minha experiência para vocês mas já quero deixar claro, não quero pena, nem levantar polêmicas, o objetivo é compartilhar informação e ajudar o máximo de pessoas.

Como disse, o fim do meu casamento me deixou muito abalada, na verdade , eu já estava fazendo terapia e já tomava medicamentos, pois meu relacionamento não ia bem. Na época achava que era tudo o que eu tinha, casamento foi meu objetivo na vida, eu focava só nisso e não percebia que era essa dependência que estava me destruindo.

Ao ver tudo desmoronando me afundei em uma tristeza, a depressão me pegou. Meus dias eram trabalho e casa, eu tinha vergonha de sair na rua, por que quando encontrava alguém conhecido minha vontade era enfiar a cabeça num buraco, por isso comecei a me afastar e fiquei um pouco antissocial

Com a terapia fui identificando que certas situações, certos lugares, músicas, comidas, acionavam gatilhos e vinha a crise de ansiedade, por isso mudei completamente minha rotina, comecei a evitar lugares, lembranças e pessoas, mas não era nada consciente, foi muito natural. A primeira mudança foi a comida japonesa! Eu não comia peixe de jeito nenhum, hoje amo! Estilo musical, por muito tempo eu não podia ouvir canções da harpa cristã ou coral de igreja, então peguei gosto pelo worship e por música  internacional, essas descreviam como eu me sentia no momento, me fechava na bad e curtia um som. Pessoas, sim eu confesso, evitei pessoas que faziam parte do circulo de amizade, e por vezes, até evitei minha família, era como se eu não pertencesse a ninguém, calma, eu estava doente! 

As noites eram meu pesadelo, eu tinha muito sono, mas os pensamentos não me deixavam dormir. Então a internet me fazia companhia.

Tive uma piora quando entrei em conflito com a Religião. Todos os cultos as mensagens eram sobre família, restituição, sonhos etc. Sentia como se Deus não me amasse ou se importasse comigo, que absurdo! Eu sei, hoje eu sei!

Era começo de quarentena, estava sob tratamento de Lítio devido as ideações suicidas, esse medicamento não me deixava dormir, e a tristeza e choro que eram todas as noites, se transformaram em raiva, minha família não me reconhecia.

Certa madrugada sem conseguir dormir e com os pensamentos a mil, comecei a chorar e questionar a Deus mais uma vez, Porque? Mas não foi uma oração, foi uma briga, eu literalmente briguei com Deus. Naquele momento eu realmente achei que estava enlouquecendo, quem sou eu pra questionar a Deus?

Eu ainda estava muito instável, pois quando eu superava um fato, vinha outro, e outro. Já li em vários lugares que a tristeza é viciante, e realmente é! Se fechar no seu próprio mundo, evitar relações, situações, ligar o modo triste mesmo com sol brilhando me trazia certa segurança, era uma forma de evitar novas decepções.

Mas melhorei, como? terapia, medicamentos e um up de conhecimento! sim , a quarentena, me fez conhecer o Felipe Sandrin, que me colocava na parede mesmo! o conteúdo das lives dele eram incríveis, de fazer a gente sentir vergonha. Me lembro que ele me descreveu, "sai do sofá, vai fazer agachamento, vai morrer no sofá?"  Isso foi um choque de realidade, e eu finalmente acordei.

 Fui me cuidar, emagreci, diminui gradativamente os medicamentos, e fui viver!

Infelizmente, precisei colocar Tony na justiça. e então o medo me paralisou novamente. Quer saber? Aguarde o próximo post.

"A árvore que cai pode fazer muito barulho, mas a floresta que cresce, a faz silenciosamente."              _ @felipesandrin


DIA DE COMEMORAR A VIDA!

Hoje não é só mais um aniversário, é a celebração a vida! Passei esses dias pensando: "Quantos aniversários se passaram sem eu comemorá...