quinta-feira, 29 de abril de 2021

O divórcio




Como todo o processo de separação,  o "assinar o divórcio"  também foi um tanto que tenso.
Eu estava firme nas campanhas de oração da igreja com objetivo de reaver minha família. Você pode se perguntar, por quê? Por que depois de tudo eu ainda queria ter Tony de volta?
A verdade é que eu me apeguei muito a palavras que foram ditas a mim sobre família e restituição, então como boa cristã eu ainda tinha esperança, ou até mesmo certeza de que tudo Deus colocaria no lugar.
Tony entrou em contato querendo assinar o divorcio, foi quando eu novamente fiquei em choque;
" E  agora? se eu assinar, seria responsável por não esperar o tempo de Deus?
Hoje para mim é muito claro que não! Mas na época, tomando medicamentos e fazendo terapia, fazia sentido pensar assim, eu vivia com medo de fazer a escolha errada e ser culpada por meu filho crescer sem o pai. Veja,  não era mais a pessoa de Tony que me importava, e sim como meu filho ia crescer.
Pedi uma semana para pensar e orar, mas Tony estava com pressa e queria assinar o divórcio o quanto  antes.
Falei com um amigo que é advogado , ele me orientou, aliás,  ele me ajuda até hoje, gratidão!! Tony sugeriu advogados amigos dele, como queríamos fazer um divórcio consensual e amigável, não quis a ajuda do meu amigo e procurei um casal de advogados indicados por uma conhecida. Chegando lá , fui muito bem atendida por esse casal, mas com o passar dos dias, quando falava com o Dr. "Milton"
(vamos chamá-lo assim) , ele estava ,como posso dizer? indiferente. Eu sentia como se ele tivesse mudado de time, parecia não se importar mais com minhas necessidades e passou a justificar o comportamento de Tony,  chegou a defende-lo em algumas situações e me levou a assinar coisas e acordos favoráveis a Tony, por exemplo, diminuir a pensão do filho de 30 para 25 %.  De acordo  com o Dr. era legal e lucrativo para mim aceitar a diminuição na pensão em troca de 40% do imóvel, como eles dizem , de boa vontade de Tony, pois segundo eles eu não teria direito a nada já que Tony quitou o terreno uma semana antes do casamento e da casa não haviam documentos. Como mencionei , estava sob efeitos de medicamentos , então tudo me dava muito medo. Pedi mais um tempo e foi aí que  Dr. Milton me colocou na parede  dizendo que se eu não assinasse  naquela semana ele não seria mais meu advogado e eu perderia todo esse acordo que ele havia conseguido. Me senti acuada e assinei.  Assinei um divórcio onde teria direito a 40%  do imóvel, diminuindo a pensão do  meu filho por causa disso, e , o tempo em que eu permanecesse no imóvel teria que pagar um aluguel a Tony. 
Como assim? Muita gente me pergunta, "como assinou isso? Mas a lei é assim! Porém Tony e Dr.  Milton me garantiram que era só no papel por segurança,  Tony garantiu que não cobraria  realmente aluguel, mandou áudios e mensagens onde dizia que  me deixaria morar no imóvel  até os 18 anos do nosso filho, mas claro, ele mudou de ideia.

Enfim,  em agosto de 2019 estávamos oficialmente divorciados! Foi uma mistura de sentimentos, um misto de alívio e medo. Medo de como levar a vida  em diante, eu era muito dependente financeira e emocionalmente. Me vi inútil, derrotada e abandonada. Começou então a piora do meu estado psicológico. eu trabalhava, ia aos cultos, mas o sentimento de tristeza e abandono eram gritantes dentro de mim ao ponto de desejar a morte. Eu sei que você deve estar pensando: "sério Marcella? morrer por isso?" Sim, mas falaremos disto no próximo post. Fiquem comigo! aliás, não me abandonem! haha!!


" Passo meus dias salvando a humanidade impedindo que futuros médicos e cientistas se machuquem enquanto brincam." Marcella Kamila -2021

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